Rio: Guardando o lixo longe da paisagem, alta tecnologia e criatividade
Novo método de coleta de lixo inspirado na Europa é implantado na Zona Portuária do Rio de Janeiro
Quem passa hoje pela Rua Barão de Tefé, na Gamboa – um dos bairros que vêm sendo revitalizados na Zona Portuária do Rio de Janeiro – talvez não perceba duas insuspeitas latas de lixo na calçada. O cidadão mais atento, porém, logo percebe que, sob eles, há um piso em falso: é lá, debaixo da terra, que o novíssimo bairro armazena o lixo recolhido nas residências e nas ruas – bem longe das vistas, portanto, do novo cartão postal carioca.
“Os benefícios são imensos. Primeiro, evita-se o acúmulo de lixo nas ruas, que atrai ratos e mau cheiro. Isso impede também que, durante as chuvas, o lixo seja arrastado para os bueiros e provoque alagamentos”, conta o diretor-presidente da Concessionária Porto Novo, José Renato Rodrigues Ponte.
O Coleta + Rio, que terá 42 coletores – 21 para produtos orgânicos e outros 21 para recicláveis –, é pioneiro no Brasil e foi inspirado no sistema adotado na cidade de Portimão, em Portugal. São dois depósitos subterrâneos com capacidade para armazenar cinco toneladas de lixo cada um. Com uma chave, o funcionário abre o depósito sem muito esforço. Em seguida, um caminhão de lixo especial é comandado, via controle remoto, a içar as caçambas.
Com o novo sistema, a coleta pode ser feita de três em três dias, o que diminui o impacto do caminhão no trânsito e, consequentemente, o lançamento de gás carbônico no meio ambiente. Cada contentor subterrâneo tem capacidade de armazenamento de 3 mil litros de material – ou 12 vezes mais do que uma caçamba de lixo comum.
A obra também é relativamente simples. A escavação dos depósitos subterrâneos é feita na medida em que as obras de revitalização avançam na região. As novas ruas que surgem no Porto estão recebendo calçadas mais largas, reestruturação do saneamento básico e instalação de canaletas para a passagem de fios subterrâneos. A expectativa é que até 2015 todo o sistema esteja funcionando plenamente.
Além disso, o Porto Novo já está em contato com cooperativas de lixo. A ideia é que tudo o que for recolhido na região seja encaminhado para catadores de lixo, que serão responsáveis pela seleção do material reciclado. O consórcio é responsável não só pelas obras da área, como também pela coleta de lixo das ruas e dos domicílios. A Porto Novo recolhe, em média, 2,6 toneladas de lixo por mês da Região Portuária – sendo 1,1 mil toneladas das ruas e 1,5 mil toneladas dos domicílios.
Foto: www.cidadeolimpica.com