Um novo modelo de transporte
A primeira estação do BRT (Bus Rapid Transit) do Rio foi apresentada à população. A estrutura instalada na Barra da Tijuca integra o traçado da Transoeste – corredor entre Santa Cruz, Campo Grande e a região do Jardim Oceânico – e vai servir de modelo para os cariocas conferirem e os engenheiros avaliarem o funcionamento do futuro transporte.
Localizada em frente ao condomínio Novo Leblon, a estação BRT vai servir também de vitrine, permitindo à população se ambientar à nova realidade do sistema de ônibus na cidade. Uma segunda estrutura igual está em fase de conclusão no trevo entre a Avenida das Américas e a Estrada do Magarça, em Guaratiba.
– A imagem de marca do BRT para o Rio de Janeiro vai ser essa estação, assim como foi no BRT de Curitiba, com aquela estrutura tubular. A gente desenvolveu o projeto de arquitetura em um escritório aqui do Rio, criando uma estrutura bonita e de qualidade – ressalta Alexandre Risso, engenheiro de vias especiais da Secretaria Municipal de Obras.
Produzida toda em chapas de aço, a estação BRT Novo Leblon tem 250 m² de área interna e uma arquitetura que permitiu a criação de um ambiente iluminado e fresco – mesmo trabalhando em sua capacidade máxima, de 5 mil passageiros por hora –, sem a utilização de equipamentos que gerariam consumo de energia.
– Foi uma preocupação do escritório de arquitetura fazer telhados duplos com material isolante no meio e paredes laterais ventiladas, com chapas de aço perfuradas. Isso é um diferencial muito grande dessas estações, porque vai gerar uma sensação térmica muito agradável, sem a necessidade do uso de ar-condicionado – explica o engenheiro.
Todas as estações BRT seguirão o mesmo padrão da Novo Leblon, mas poderão variar de extensão, de acordo com a característica do local – escolhido para receber o serviço de ônibus expresso ou parador – ou a demanda por transporte na região. As do Barrashopping e do Cesarão, em Santa Cruz, por exemplo, terão capacidade para até 15 mil passageiros por hora.
O tempo de espera também será padronizado – entre um minuto e um minuto e meio –, permitindo ao passageiro se programar para a chegada do próximo ônibus. As informações serão fornecidas por painéis de LCD instalados no interior das estações, que também vão alertar sobre o funcionamento do sistema.
Além do conforto, as estações BRT darão total acessibilidade a portadores de necessidades especiais, idosos ou mesmo mulheres com carrinhos de bebê. A colocação das plataformas no mesmo nível do piso dos ônibus, a 95 cm do solo, vai permitir que isso aconteça sem o uso de mecanismos de elevação, como os utilizados atualmente na frota comum.
– Nós nos preocupamos também com o entorno das estações. Todas as estruturas vão ter ao seu redor tratamento paisagístico e de acessibilidade de entrada e saída, para que a população tenha qualidade de transporte. A ideia é que pessoas cheguem ao ônibus como chegam hoje ao metrô – exemplifica Alexandre Risso.
Previsto para ficar pronto no primeiro semestre de 2012, o corredor Transoeste terá 64 estações BRT, algumas delas integradas a outros meios de transporte, como trens e metrô. A previsão é que o sistema beneficie 220 mil pessoas por dia, reduzindo o tempo entre os bairros da Zona Oeste – Santa Cruz, Campo Grande e Barra da Tijuca – pela metade.
Fonte: Cidade Olímpica